O som dos ônibus partindo de Iguatemi marcou o início de uma nova jornada para 42 trabalhadores indígenas da Aldeia Pirajuí, localizada no município de Paranhos, na fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai. Com destino a Vacaria (RS), eles foram contratados para atuar na colheita de maçãs na empresa Rasip, uma das maiores produtoras do país.
A iniciativa é resultado da articulação da Casa do Trabalhador de Iguatemi, vinculada à Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), e busca garantir oportunidades de emprego formal e geração de renda para as comunidades indígenas.
“Nosso compromisso é assegurar que esses trabalhadores tenham acesso a empregos dignos, com todas as garantias legais, evitando o aliciamento irregular e a exploração da mão de obra indígena”, ressaltou José Roberto Barros, gestor da Casa do Trabalhador de Iguatemi, responsável pelo embarque do grupo.
A atuação dos trabalhadores indígenas é fundamental em diferentes etapas da cadeia produtiva da maçã — desde a poda e o raleio até a colheita, seleção e encaixotamento das frutas. Algumas contratações também se estendem para funções como operadores de máquinas e tratoristas.
Além de gerar emprego, a ação fortalece a autonomia das comunidades indígenas, que encontram na atividade uma forma de sustento e de valorização do trabalho coletivo.
A Funtrab reforça a importância de que todas as contratações ocorram de forma formal e segura, com registro em Carteira, garantindo direitos trabalhistas e previdenciários. Por isso, as Casas do Trabalhador realizam todo o processo de atendimento — desde a entrevista pessoal e cadastro no sistema SINE até a emissão da carta de encaminhamento à empresa contratante.
Com a colheita se aproximando, os trabalhadores seguem confiantes para o Sul, levando não apenas força de trabalho, mas também um exemplo de união e superação. A cada safra, o protagonismo indígena ganha mais visibilidade e se consolida como parte essencial do desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso do Sul.
Cláudia Yuri, Funtrab
