De acordo com Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o estoque de emprego formal no Brasil apresentou queda em outubro. A redução foi da ordem de 74.748 postos de trabalho, equivalente à variação negativa de 0,30% em relação ao estoque do mês anterior. Esse resultado originou-se de 1.104.431 admissões e de 1.179.179 desligamentos. No acumulado do ano, a queda registrada no emprego atingiu o montante de -751.816 postos de trabalho, equivalente ao declínio de 1,89%, e, nos últimos doze meses, verificou-se redução de 1.500.467 empregos, representando uma variação negativa de 3,71%.
Setor de Atividade
Em termos setoriais, os dados revelam que, entre os oito setores de atividade econômica, apenas o setor do Comércio apresentou saldo positivo (+12.946 postos ou +0,14%), como resultado do crescimento do número de empregos nos ramos Varejista (+ 9.578 postos) e Atacadista (+2.918 postos). Entre os setores com resultado negativo, destacaram-se a Construção Civil (-33.517 postos ou -1,36%), os Serviços (-30.316 postos ou -0,18%) e a Agricultura (-12.508 postos ou -0,77%).
O crescimento do emprego no ramo do Comércio Varejista decorreu do desempenho positivo, principalmente, em cinco segmentos de atividade:
- Comércio Varejista de Mercadorias em Geral, com Predominância de Produtos Alimentícios – Hipermercados e Supermercados (+6.955 postos);
- Comércio Varejista de Artigos do Vestuário e Acessórios (+2.472 postos);
- Comércio Varejista de Outros Produtos Novos não Especificados Anteriormente (+1.504 postos);
- Comércio Varejista de Calçados e Artigos de Viagem (+1.501 postos);
- Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos para Uso Humano e Veterinário (+1.297 postos);
- No ramo Atacadista, a expansão concentrou-se, principalmente, em quatro segmentos de atividade:
- Comércio Atacadista de Mercadorias em Geral, com Predominância de Produtos Alimentícios (+733 postos);
- Comércio Atacadista de Bebidas (+639 postos);
- Comércio Atacadista de Produtos Alimentícios em Geral (+465 postos);
- Comércio Atacadista de Soja (+462 postos);
- Na Indústria de Transformação como um todo acorreu redução do estoque de emprego (-5.562 postos ou +0,07%), mas três dos doze subsetores que a compõem tiveram desempenho positivo: indústria de produtos alimentícios (+4.256 postos ou +0,22%), indústria de calçados (+2.182 postos ou +0,71%) e Indústria mecânica (+387 postos ou +0,07%).
- A Construção Civil apresentou resultado negativo (-33.517 postos ou -1,36%), porém com menor intensidade se comparado ao mesmo mês do ano passado (- 49.830 postos). Os segmentos que sofreram quedas mais expressivas envolveram atividades tanto de construção de edifícios quanto de infra-estrutura, destacando-se:
- Construção de Edifícios (-13.696postos);
- Construção de Rodovias e Ferrovias (-3.650 postos);
- Montagem de Instalações Industriais (-2.840postos);
- Obras de Engenharia Civil (-2.450postos);
- Obras para Geração e Distribuição de Energia Elétrica e para Telecomunicações (-1.832 postos)
- Obras de Acabamentos (-1.743 postos);
- Construção de Obras de Artes Espaciais (-1.648 postos);
- Obras de Urbanização – Ruas, Praças e Calçadas (-1.638 postos); e
- Obras de Terraplenagem (-1.454 postos).
A redução do emprego no setor Serviços (-30.316 postos ou -0,18%) deveu-se principalmente à queda em cinco dos seis subsetores que o compõem. Pela ordem:
- Comércio e Administração de Imóveis (-14.517 postos ou -0,31%), cujo desempenho negativo pode ser reflexo da crise no setor da Construção Civil, pois vários ramos de atividade neste subsetor têm sua atuação vinculada à atividade de construção e venda de imóveis.
- Serviços de Alojamentos e alimentação (-10.552 postos ou -0,18%); e
- Transportes e Comunicações (-5.071 postos ou 0,23%).
Por outro lado, merece destaque o saldo positivo nos Serviços Médicos e Odontológicos (+1.874 postos ou 0,09%).
A queda verificada na Agricultura (-12.508 postos de trabalho ou -0,77%) foi decorrente de fatores sazonais, porém com resultado menos negativo do que no mesmo mês do ano passado (-16.958 empregos). A sazonalidade negativa está relacionada ao Cultivo de Café (-4.335 postos), principalmente, em Minas Gerais (-3.657 postos).
Os principais destaques negativos na agricultura ocorreu, principalmente, nos segmentos de:
- Cultivo de Café (-4.335 postos);
- Cultivo de Plantas de Lavoura (-3.022 postos);
- Cultivo de Cana-De-Açúcar (-2.689 postos);
- Atividades de Apoio à Agricultura (-2.562 postos);
- Cultivo de Laranja (-1.162 postos); e
- Cultivo de Uva (-1.010 postos).
Em movimento inverso, foram observados saldos positivos em algumas culturas, com destaque para:
- Cultivo de Soja (+2.711 postos);
- Cultivo de Frutas de Lavoura Permanente, Exceto Laranja e Uva (+1.048 postos); e
- Cultivo de Cereais (+620 postos).
Região
No recorte geográfico, verificou-se queda no estoque de emprego em quatro das cinco grandes regiões:
- Sudeste (-50.274 postos ou -0,25%);
- Centro-Oeste (-14.153 postos ou -0,45%);
- Nordeste (-7.315 postos ou -0,11%); e
- Norte (-6.272 postos ou -0,06%).
O saldo positivo foi na região:
- Sul (com +3.266 postos ou +0,05%), resultado impulsionado pelo Comércio em RS e SC.
Entre as vinte e sete Unidades da Federação, os estados que mais geraram empregos foram:
- Rio grande do Sul (+2.386 postos), devido ao Comércio (+2.616 postos);
- Alagoas (+5.832 postos), impulsionado pelo desempenho positivo da Indústria de Produtos Alimentícios (+5.738 postos).
- Sergipe (+1.932 postos), impulsionado também pelo desempenho positivo da Indústria de Produtos Alimentícios (+1.899 postos); e
- Santa Catarina (+1.267 postos), devido também ao Comércio (+1.530 postos).
E as Unidades que mais sofreram queda foram:
- São Paulo (-21.995 postos), em razão do desempenho negativo em quase todos os seus setores, com destaque a Construção Civil (-7.734 postos) e Agropecuária (-7.352 postos). Na contramão, o Comércio apresentou resultado positivo no Estado (+3.561 postos).
- Rio de Janeiro (-20.563 postos), prejudicado pelos serviços de Comércio e Administração de Imóveis (-5.084 postos) e Serviços de Alojamentos e alimentação (-4.679 postos).
O emprego no conjunto das nove Áreas Metropolitanas registrou redução de 0,21%, ou perda de 33.271 postos de trabalho. Esse resultado foi oriundo da queda do nível de empego em todas as áreas metropolitanas, principalmente no Rio de Janeiro (-15.529 postos ou -0,58%) e São Paulo (-5.798 postos ou -0,09%).
Para o conjunto das cidades do interior, localizadas nestes nove estados que possuem Áreas Metropolitanas, o estoque de emprego registrou queda de 29.082 postos, em consequência, da redução das sete cidades dos nove estados considerados. Este resultado, contudo, foi mais favorável que o registrado para o conjunto das respectivas Áreas Metropolitanas. Os municípios destes estados que mais perderam empregos foram São Paulo (-16.197 postos ou -0,28%) e Rio de Janeiro (-5.034 postos ou -0,58%). Em contrapartida o interior do Rio grande do Sul obteve expansão do emprego (+2.608 ou +0,18%).
Fonte: Ministério do Trabalho