Mato Grosso do Sul celebra agosto, o mês do ‘Agosto Lilás’, em referência à Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), marco importante na proteção às mulheres. Apesar de quase duas décadas de avanços legais, os índices de violência de gênero continuam preocupantes. Entre 1º de fevereiro e 31 de julho de 2025, ao menos 20 mulheres foram mortas no Estado em casos com indícios de feminicídio.
Para ampliar o alcance de prevenção e proteção, a comandante do 1º BPM, tenente-coronel Cleide Maria da Silva, participou de encontro na Fundação do Trabalho de MS (Funtrab) nesta quinta(14/08) para abordar o tema com os servidores.
Em suas palavras, a atuação não é apenas repressiva, mas também de ouvido e acolhimento: “Nosso trabalho é levar orientação, apoio e até mesmo o ouvido. Às vezes, o que a mulher precisa é ser ouvida. Conte com a Polícia Militar ! Somos seres humanos, e apesar de tudo, diariamente deixamos nossa família em casa para proteger a sociedade”.
O Programa Mulher Segura (Promuse), criado pela Polícia Militar de MS pela Portaria PMMS nº 032/2018, visa monitorar e proteger mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Policiais militares capacitados realizam policiamento orientado, buscando prevenir incidentes e facilitar o encaminhamento às redes de atendimento. Entre as ações estão visitas técnicas, conversas com vítimas e, quando necessário, com familiares e agressores.
Durante a palestra, foram detalhados os tipos de violência para facilitar o reconhecimento: violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Também ficou enfatizado que qualquer forma de violência deve ser denunciada, e que as vítimas podem solicitar medidas protetivas.
A comandante reforçou a importância do papel da comunidade na identificação de situações de risco. Muitas mulheres não reconhecem o que vivenciam como violência, por isso a orientação é fundamental para a interrupção de situações emergenciais.
Quanto aos canais de denúncia, a equipe do Promuse ressalta: se você presenciou ou soube de alguma situação de violência, denuncie. O disque 180 (Central de Atendimento à Mulher 24h ) é gratuito, sigiloso e se a violência estiver acontecendo, ligue 190 (Polícia Militar). Qual a orientação prática ? Se você conhece alguém passando por violência, peça ajuda por meio desses canais ou procure uma delegacia de polícia.
Este tema continua a ganhar relevância na agenda pública: promover a proteção das mulheres e ampliar as redes de apoio é essencial para reduzir casos de violência e ampliar o acesso à justiça.
Cláudia Yuri, Funtrab