A manhã desta sexta-feira (19) foi marcada por esperança e oportunidades no Bioparque Pantanal, onde a Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) realizou o “Dia D da Empregabilidade para Pessoas com Deficiência”. O evento, que acontece em todo o país, conecta candidatos a empresas, reforçando a importância da inclusão no mercado de trabalho e a aplicação da Lei nº 8.213, que estabelece cotas para contratação de PcD.
Foram 18 empresas participantes, oferecendo 338 vagas específicas. Entre os presentes, a expectativa era de conquistar mais do que um emprego: tratava-se de alcançar dignidade e reconhecimento.
Fabiane Esperança Rocha, 49 anos, deficiente auditiva, deixou o local animada após conseguir dois encaminhamentos. “Já tentei outras vezes, até pela Funsat, e não deu certo. Hoje, saio daqui com esperança de voltar ao mercado e ajudar em casa. Moro com minha mãe aposentada e sei que tenho muito a oferecer”, disse.

Outro exemplo é Caio Henrique Romero, 28 anos, jornalista e tecnólogo em Marketing Digital, que já atua no Bioparque Pantanal como bolsista. Para ele, o “Dia D “ mostra que inclusão vai além da obrigação legal. “Esse espaço prova que nossas características não nos limitam. Com respeito e pequenas adaptações, mostramos nossa capacidade plena de contribuir”, destacou.
A história de João Guilhermy Borges Curi, 16 anos, revela o impacto imediato da iniciativa. O jovem, possui má formação congênita ( nasceu sem a mão esquerda), era bolsista do Programa Menor Aprendiz na Solurb por um ano e dez meses, o contrato finalizado no mês passado, dia 27/08. Foi ao evento incentivado pela madrinha e saiu empregado no mesmo dia. “Nunca tinha me cadastrado em agência de empregos ! Vim sem esperar muito e saio já contratado. Estou muito feliz”, comemorou.
Mesmo com avanços, a inclusão ainda enfrenta barreiras. Muitos gestores e candidatos têm dúvidas e receios. No entanto, especialistas reforçam que a presença de Pessoas com Deficiência no ambiente corporativo traz ganhos que vão além da lei: promove diversidade, reduz preconceitos, fortalece o clima organizacional e amplia a responsabilidade social das empresas.
“A inserção da Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho proporciona a esse público maior autonomia financeira, novas relações sociais e perspectivas de vida”, ressalta a diretora-presidente da Funtrab Marina Dobashi.
O “Dia D” mostrou que inclusão não é apenas uma meta a ser cumprida, mas um valor humano a ser vivido. Afinal, como resumiu Caio: “Quando a empresa enxerga a pessoa antes da deficiência, todos crescem juntos”.
Cláudia Yuri, Funtrab