A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Mato Grosso do Sul (SRTE/MS), por meio da Comissão Organizadora Estadual da IV Conferência de Economia Popular e Solidária do Mato Grosso do Sul realizaram as etapas intermunicipais da IV Conferência de Economia Popular e Solidária no Estado do Mato Grosso do Sul como tema: “ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA COMO POLÍTICA PÚBLICA: Construindo territórios democráticos por meio do trabalho associativo e da cooperação”.
Segundo a diretora-presidente da Funtrab Marina Dobashi, as conferências representam uma oportunidade importante para fortalecer o movimento, promover o diálogo entre trabalhadores, empreendedores e a sociedade, e construir juntos um modelo de desenvolvimento mais justo, sustentável e colaborativo. “Nosso objetivo é valorizar as iniciativas solidárias, estimular a troca de experiências e ampliar as ações que promovem a inclusão social e econômica em nosso Estado”, destaca a dirigente.
Confira os principais destaques:
Corumbá e Ladário – A Conferência Intermunicipal valorizou a continuidade das experiências históricas da economia solidária em Corumbá e Ladário, com a participação de lideranças comunitárias, agricultores familiares, representantes de movimentos sociais, acadêmicos e gestores públicos para debater os rumos da economia solidária no Estado, no dia 23 de abril. O encontro evidenciou a urgência de promover alternativas econômicas sustentáveis, baseadas na coletividade, justiça social e respeito ao meio ambiente.
Destacou-se o impacto do desmonte institucional dos últimos anos, o avanço de práticas individualistas e a precarização das relações de trabalho via empreendedorismo isolado. A análise reforçou a importância da solidariedade, da autogestão e do apoio mútuo como pilares para a construção de alternativas sustentáveis.
Também foram debatidos os objetivos centrais da conferência, como o resgate das práticas coletivas, a valorização da produção local, a reorganização das comissões organizadoras e a articulação de estratégias para ampliar a representatividade nas etapas estadual e nacional do processo conferencial. As discussões trouxeram críticas contundentes ao modelo de desenvolvimento centrado no individualismo e apontaram os riscos da despolitização das decisões públicas e da escolha de gestores desalinhados com os interesses comunitários.
Surgiram ideias como a criação de uma Escola Agroecológica do Pantanal e de uma Universidade Federal do Pantanal, com o objetivo de fortalecer os vínculos da juventude com o território e promover formas de desenvolvimento sustentável adaptadas às especificidades locais.
Foram definidos encaminhamentos estratégicos, incluindo a reestruturação das comissões organizadoras, a articulação com universidades, instituições religiosas e gestores públicos parceiros, além da mobilização para promover ações de base e fortalecer o comércio e a produção solidária nos territórios.
Aquidauana e Anastácio: Na quinta-feira (24/03), a 2ª Conferência Intermunicipal de Economia Popular e Solidária de Aquidauana e Anastácio, na sede do Instituto Federal de MS, campus de Aquidauana.
O evento teve como objetivo fortalecer o diálogo entre governo e sociedade civil, promovendo o debate sobre políticas públicas voltadas à economia solidária como estratégia de desenvolvimento sustentável, inclusão social e geração de renda.
Participaram da conferência representantes de empreendimentos econômicos solidários, estudantes, acadêmicos, movimentos sociais e populares, organizações da sociedade civil, representantes dos povos originários, representantes da agricultura familiar e representantes do poder público entre outros.
Estiveram presentes no evento, Cipriano Mendes (secretário de Produção de Aquidauana), Jairo Arruda de Souza (secretário de Desenvolvimento Sustentável de Anastácio), vereadores de Aquidauana Fred Frank e Marquinhos Taxista, vereador de Anastácio – Prof. Aldo José dos Santos, Luciane Cristina Carvalho – membro da Comissão Estadual organizadora do evento e vice-coordenadora do Observatório do Cooperativismo e da Economia Popular e Solidária.
No período matutino, foram feitas a leitura e aprovação do Regimento Interno da conferência, análise de conjuntura e balanço: apresentação e debate do Documento Referencial da 4ª CONAES e de alguns elementos da realidade local do Estado e aberto os debates com os participantes.
Já no período vespertino, foram criados os grupos temáticos que discutiram os seguintes eixos: realidade socioambiental, cultura e política econômica; produção, comercialização e consumo; financiamento: crédito e finanças solidárias; educação, formação e assessoramento técnico e ambiente institucional: legislação gestão e integração de políticas pública.
Depois das discussões dos eixos, foram apresentadas à plenária as propostas temáticas para aprovação. A plenária escolheu até 3 propostas de abrangência estadual e até 3 propostas de abrangência nacional, de cada grupo temático, para enviar para a Conferência Estadual.
Ao final, foram eleitos os delegados(as) que irão representar Aquidauana e Anastácio na Conferência Estadual de Economia Popular e Solidária. É importante lembrar que, a escolha dos delegados(as) obedece a seguinte proporcionalidade dos segmentos (50% de empreendimentos, 25% de entidades de apoio e 25% de gestores públicos.
Confira os delegados(as) e suplentes eleitos na plenária da conferência:
Setor empreendimento titulares – Eliane Santos Silva Albuquerque; Luiz Gonçalo; Marinalva Angelica Leite Nascimento; André Kevin Constantino; Dafini Vareiro Machado; Suplentes: Ana Claudia Reis Oliveira; José Roberto Ferreira Guerra
Entidades de apoio titulares – Lise R. Jones Lima e Ana Paula Archanjo; Suplente: Janir Gonçalves Leite.
Gestão Pública: Vereador Marquinhos Taxista; Jairo Arruda de Souza- secretário de Desenvolvimento Sustentável de Anastácio; Suplentes: Vereadores Fred Fank e Aldo José dos Santos.
Terenos: No dia 25 de abril de 2025, o município de Terenos-MS sediou a Conferência Municipal de Economia Popular e Solidária, evento que integrou o processo preparatório para a 4ª Conferência Estadual de Economia Solidária de Mato Grosso do Sul, prevista para maio, e para a etapa nacional, marcada para agosto em Brasília. A conferência teve como objetivo reunir representantes de diversos segmentos da sociedade para debater diretrizes e construir coletivamente propostas para o fortalecimento da economia solidária como política pública nos níveis municipal, estadual e federal.
A conferência foi estruturada em cinco eixos temáticos que nortearam os trabalhos dos grupos:
- Produção, comercialização e consumo;
- Financiamento, crédito e finanças solidárias;
- Educação, formação e assessoramento técnico;
- Legislação, gestão e integração de políticas públicas;
- Realidade socioambiental, cultural e econômica dos territórios.
Os participantes diagnosticaram desafios como a falta de apoio técnico e financeiro, a ausência de políticas integradas e a baixa formalização dos empreendimentos solidários. Em resposta, foram elaboradas e priorizadas propostas que abrangem os três níveis de governo. Entre elas, destacam-se:
- Inserção da economia solidária nos currículos escolares;
- Criação de um Programa Municipal de Apoio à Economia Solidária em áreas rurais, com governança participativa;
- Constituição de um fundo municipal de fomento aos empreendimentos solidários, com recursos oriundos de orçamento participativo;
- Criação de uma coordenação estadual da economia solidária com representação da sociedade civil;
- Crédito federal específico para empreendimentos solidários e agricultura familiar, com garantias similares às do agronegócio.
Todas as propostas aprovadas foram registradas no relatório final da conferência, que será encaminhado à etapa estadual e, posteriormente, à conferência nacional.
Dourados, Juti e Nova Andradina: Dourados/MS foi palco, no dia 28 de abril de 2025, da Conferência Intermunicipal de Economia Solidária, reunindo também representantes dos municípios de Juti e Nova Andradina. Última ação da trajetória de convenções que percorreu o Estado, o encontro foi marcado por um ambiente de escuta ativa, articulação entre empreendimentos solidários, instituições públicas e movimentos sociais, consolidando-se como um importante momento de construção coletiva de políticas públicas no estado.
A conferência teve como foco o debate e a deliberação em torno dos cinco eixos estratégicos da 4ª Conferência Nacional de Economia Solidária: produção, comercialização e consumo; educação e formação; financiamento e crédito; marcos legais; e participação social. Os eixos foram abordados por meio de rodas de conversa e grupos temáticos, que buscaram identificar os principais desafios vivenciados nos territórios e apontar propostas concretas para a formulação de políticas públicas.
O evento teve uma forte presença de mulheres empreendedoras, jovens, agricultores familiares, artesãs, representantes de associações comunitárias e integrantes de redes de economia solidária, com destaque para histórias de resistência, inovação e organização autogestionária. Entre os depoimentos marcantes estiveram aqueles que relembraram a origem das feiras locais, a criação de associações comunitárias e a luta contínua por reconhecimento e apoio institucional.
O diálogo intermunicipal também revelou desafios comuns, como a falta de crédito acessível, a necessidade de formação continuada, a baixa articulação com políticas públicas e a urgência de criação de marcos legais nos municípios.
Ao final do encontro, foram eleitas as delegadas e delegados que representarão os três municípios na etapa estadual da conferência, prevista para o segundo semestre. As propostas elaboradas também serão incorporadas ao relatório que segue para a 4ª Conferência Nacional de Economia Solidária, contribuindo para a construção de uma agenda pública comprometida com o fortalecimento da autogestão, da inclusão produtiva e da sustentabilidade.
Mais do que uma instância burocrática, a conferência intermunicipal de Dourados foi um momento de reencontro de trajetórias, de reafirmação de lutas históricas e de renovação do compromisso coletivo com uma economia centrada nas pessoas e na vida.
O evento mostrou que, mesmo diante das dificuldades, a economia solidária segue viva, pulsante e organizada nos territórios de Mato Grosso do Sul.