De janeiro a maio de 2024, a Fundação do Trabalho de MS (Funtrab) tem uma previsão para contratar aproximadamente 4.254 trabalhadores indígenas do Estado para atuar na colheita das maçãs nos Estados de Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS).
No período de safra das maçãs ocorrem as colheitas, que duram em média 120 dias, por isso as vagas são temporárias. O trabalho dos indígenas consiste em realizar a colheita, seleção e encaixotamento das maçãs. Serão seis empresas produtoras dos municípios de Fraiburgo/SC e Vacaria/RS que realizarão as contratações sendo: Campi Frutas, Frutini, Fischer, Rasip, Diana Zamban e Agroban.
Na oportunidade, esse mercado de trabalho surgiu com a mecanização da cultura da cana-de-açúcar, antes realizadas no corte manual, período em que muitos indígenas perderam empregos, desencadeando um desemprego estrutural nas aldeias.
Desde 2015, a Funtrab realiza essa ação por meio de parceria entre Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho (MPT), Comissão Permanente de Investigação e Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo de Mato Grosso do Sul(Coetrae/MS), Coletivo dos Trabalhadores Indígenas e os empresários. As contratações ocorrem com segurança jurídica de acordo com o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). As empresas pagam o salário-base, adicionais, transporte (ida e retorno), alimentação, alojamento e cesta básica.
O diretor-presidente da Funtrab Ademar Silva Júnior comenta sobre o impacto positivo que essa atividade ocasionou na vida desses trabalhadores. “Os nossos indígenas se adaptaram muito fácil exercendo essas funções. A qualidade do trabalho fez com que eles fossem ficando a cada safra, além de promover integração à sociedade e cidadania”, ressalta o dirigente.
O emprego da colheita da maçã fortalece a economia dos municípios adjacentes às 78 comunidades indígenas de origem pois, quando os trabalhadores recebem os rendimentos no final da safra, serão injetados nos comércios locais como Aquidauana, Amambai, Caarapó, Coronel Sapucaia, Dourados, Iguatemi, Japorã, Miranda, Paranhos, Ponta Porã e Sidrolândia.
Cláudia Yuri, Funtrab