As instituições que atuam com microcrédito avaliam positivamente as perspectivas para os próximos cinco anos e acreditam que o mercado poderá expandir no período. A informação faz parte do estudo sobre o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em uma cooperação técnica com o Centro de Pesquisas de Opinião Pública da Universidade de Brasília (DATAUnB).
O trabalho mostra que entre o primeiro semestre de 2013 e o mesmo período de 2014 houve crescimento de 20% no volume de oferta de microcrédito; com os recursos ofertados chegando a R$ 6,45 bilhões. Além disso, o número de atendidos no período da pesquisa alcançou 4,7 milhões de pessoas, um aumento de 19%. A pesquisa apontou ainda que os programas públicos de microcrédito são fundamentais para o desenvolvimento econômico do país e necessitam se integrar às ações dirigidas à população de baixa renda e à formalização de mão de obra, como o Sistema Nacional de Emprego (Sine).
“O Microcrédito Produtivo atinge diretamente aquelas pessoas que mais precisam da atenção do Estado e que necessitam de um crédito que seja também orientado, guiado, e cuja soma de recurso proporciona mais qualidade de vida para um grande contingente populacional”, declarou o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, ao falar dos resultados.
O diretor do DATAUnB, José Angelo Belloni, explica que os micro e pequenos empreendedores possuem grande responsabilidade e consciência no uso dos recursos, honram seus compromissos e têm baixa taxa de inadimplência, mas nem sempre buscam apoio para criar um empreendimento. “Eles fazem parte de um contingente que não tem acesso aos bancos ou cooperativas de crédito. Por isso, o governo precisa sempre ir atrás dessas pessoas, em seus locais de moradia e trabalho, conversando, mostrando alternativas de credito, oportunidades e possibilidades para empreender”, ressalta.
Resultados – Durante os oito anos de atuação do programa, cerca de 14 milhões de microempreendedores tiveram acesso ao microcrédito produtivo orientado, com R$ 24 bilhões concedidos em crédito. Os números refletem a ação de uma rede de organizações habilitadas, que informam seus resultados trimestralmente, por meio de um sistema de coleta de informações gerido pelo MTE. Os relatórios estão disponíveis no link http://portal.mte.gov.br/pnmpo/banco-de-dados.htm).
Os pesquisadores reuniram dados de 118 instituições ligadas ao microcrédito, como cooperativas, OSCIPs, sociedades de crédito e bancos.
No país – Segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios do IBGE (PNAD), o número de empreendedores no Brasil corresponde a um quarto da força de trabalho ocupada (24,4%) e ultrapassa os 23,1 milhões de indivíduos. Desses, 84,6% são trabalhadores por conta própria e 15,4% são empregadores. Nesse contexto, estimativas realizadas indicam que pode chegar a 21,8 milhões de pessoas o número de empreendedores que podem se tornar clientes do PNMPO – 85,7% trabalhadores por conta própria e 14,5% empregadores. Desse total, 80,9% estão em áreas urbanas e 19,1% em áreas rurais.
MTE